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Sonia Távora retira o portão da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e o inscreve como imagem no interior da galeria. Em seguida desmembra sua silhueta da paisagem que vaza de suas brechas. Se pensarmos a partir do problema da imagem, é uma paisagem duplamente negativa, não só por dissecá-la e desmembrá-la, mas porque coloca o duplo ― isto é, a foto ― em conflito direto com o real. Porém a mesma imagem executa uma inversão e se positiva naquilo que habita o espaço da galeria. Além de suscitar uma perfuração da parede pela imagem, como se pudéssemos enxergar através do muro, ela transforma o que é simples passagem (transpor o portão) em espaço com volumetria, ao fazer com que as imagens face a face tomem o volume da sala.

 

Guilherme Bueno

Professor, crítico e curador

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